Estou a começar a estudar português, espero que seja pelo menos compreensível. Tenham piedade, por favor :')
Nos olhos de quem vê
“Estou a dizer-te que é uma questão de física, não de força. Se eles conseguirem, então também podemos.”
Às vezes, Daiki encontrava-se sonhando acordado e, frequente, sonhava dum mundo onde Yamada e Chinen se odiavam. Onde discutiram ou algo assim. Qualquer coisa, mesmo, que os tivesse feito parar de competir na respetiva vida sexual.
“Estou perfeitamente de acordo contigo, Ryo-chan.” disse-lhe, cruzando os braços e ficando sentado na cama, tentando parecer determinado. “É uma questão de física. E receio que a física diga que não posso manter-te para cima contra nenhuma superfície desta casa enquanto fazemos sexo.”
Yamada fez beicinho, coisa que não ajudou para nada sua posição. Embora o encontrasse sexy na maioria do tempo, Daiki não conseguia mesmo ser do humor certo quando ficava teimoso.
“Pensa nas paredes.” disse-lhe o mais novo, ficando sentado ao lado dele e indicando em frente, a parede ao lado da janela. “Se me segurares contra a parede, só fazes metade do esforço. Não devias funcionar assim?” perguntou, esperançado.
Bem, podia ir de duas maneiras: Daiki podia continuar a salientar a impossibilidade do projeto e ouvi-lo queixar-se até o fim de seus dias, ou podia satisfazê-lo e deixar que descobrissem sozinho que não podiam. Que Daiki não era alto nem forte como Yuya e que Ryosuke – embora nunca o iria dizer assim – não era magro nem absolutamente ágil como Yuri.
Não havia historia.
“Está bem.” concedeu, suspirando. “Podemos tentar. Embora tenha a certeza de que vamos fracassar.”
Yamada não pareceu sequer ouvir a segunda parte do que disse; ficou de pé, um olhar de triunfo no rosto, e correu para a parede, tirando depressa as calças.
“És mesmo um namorado maravilhoso, Dai-chan.” disse-lhe, olhando-o de modo tão adorável que Daiki não pôde evitar de rir.
“Não sei.” observou, abanando a cabeça. “Mas podes voltar para cá. Toda a preparação vai acontecer em seguridade na cama. Não posso dispor de uma mão para me ocupar disso se tenho de te manter para cima.” fez-lhe reparar.
Yamada pareceu dividido por um momento, mas por fim encolheu os ombros e voltou para ele.
Aparentemente, até na física inventada dele a opção parecia impraticável.
Sem graça nem vergonha, montou no colchão, recuperou o lubrificante da gaveta da mesa de cabeceira onde o guardavam e lançou-o a seu namorado, logo se deitou e abriu as pernas sem cerimónias.
“Quando quiseres, estou pronto.” disse-lhe, continuando a sorrir.
“Bolas Ryo-chan, sabes mesmo como excitar um homem.” Daiki escarneceu-o, abanando a cabeça e tirando a tampa do lubrificante, instalando-se entre as pernas dele.
Yamada levantou-se e ergueu uma sobrancelha.
“Tenho uma longa lista de factos que provam que sei.” salientou, aproximando-se para lhe dar um beijo incrivelmente lascivo. “Aliás, estou meio nu, as pernas abertas e estou a pedir-te para me meter os dedos dentro. Mesmo não me encontras excitante?” perguntou, num tom baixo e fingidamente inocente que tornou Daiki um pouco mais envolvido do que antes.
“Está bem, está bem. Muito sexy, muito excitado.” concedeu. “Agora deita-te e deixa-me trabalhar. Tenho de preparar meu ingénuo namorado pelo fracasso certo.”
Pensava que Yamada teria respondido; em vez riu-se e voltou para baixo, levantando os quadris de modo invitante.
Daiki descobriu que se conseguia evitar de pensar no que lhe pedira seu namorado, podia tranquilamente tomar isso como qualquer outra ocasião em que faziam sexo; e, então, ser incrivelmente excitado.
Desafiava qualquer homem vivente, de qualquer forma, a não ficar excitado em frente à maneira como a abertura de Yamada engolia seus dedos, o modo como se mexia para levar mais, incitando-o com gemidos e uns palavrões aqui e ali. E mesmo sabendo que não era que uma cena, feita para evitar que Daiki mudasse de ideia, o mais velho apreciava na mesma.
Estava a prepará-lo há algum tempo, mais do que normal, para tentar evitar o inevitável, quando Yamada lho fez reparar.
“Daiki, entendo, és bem dotado e tudo, mas acho mesmo que estejas a exagerar.”
Arioka parou os dedos à metade nele, levantou os olhos e fulminou-o com o olhar.
“Tu...” começou a repreendê-lo, mas rendeu-se imediatamente. “Bem. De pé, então.” disse, perdendo um bocado da excitação que encontrara enquanto o preparava.
Yamada riu-se e voltou para a parede, apoiando-se a essa dum modo que esperava fosse bastante sedutor.
Bolas, era. Daiki teria gostado ser uns centímetros mais alto e ter passado um pouco mais de tempo no ginásio.
Alcançou-o, devagar, sem parar de o olhar.
Bem, de uma vez.
Com umas dificuldades, um pontapé no estômago e o que iria sem duvida se tornar num hematoma no peito, conseguiu levantar Yamada e segurá-lo contra a parede.
“Viste? Moleza.” observou Ryosuke com ar orgulhoso.
Mole...
Daiki praguejou mentalmente.
O esforço não era excessivo – não era tão fraco – mas podia já ver o problema.
As mãos estavam firmes nas coxas do namorado, seguravam-o como se sua vida dependesse disso, e Daiki movera o peso em frente para utilizar a parede como pivô.
Então, sim. Conseguia manter seu namorado contra a parede.
Mexer-se, naturalmente, era toda outra coisa.
Muito devagar e com muito cuidado, tentou deixar ir uma perna de Yamada para atingir sua ereção, mas assim que o fez Ryosuke começou a deslizar, então se apressou a segurá-lo outra vez, suspirando.
Como dissera, não podiam.
“Porque não tentas, sabes...” começou a dizer Yamada, inseguro. “Sem mãos. Viste-to fazer.”
Daiki dilatou as narinas, sentindo o forte desejo de o deixar ir.
“Numa cama.” disse, irritado. “Tu tudo bonito e as pernas abertas e, sinceramente, eu um pouco mais duro do que agora. Não tenho intenção de atirar ao cesto com teu corpo só porque tu e o Yuri têm a maturidade de duas crianças de creche!”
Por fim, não manteve a calma.
Iria pagar caro.
Yamada não parecia zangado, que teria sido efetivamente melhor do que a expressão magoada que tinha no rosto.
“Pensava que pudéssemos.” murmurou, dando um toque à mão de Daiki para ele o deixar ir.
Daiki fez-o e suspirou, levando uma mão ao rosto dele e acariciando-o.
“Posso mostrar-te uma coisa?” pediu, e quando Ryosuke encolheu os ombros levou-o outra vez para a cama. Fez-o deitar na mesma posição do que antes, ficando entre as pernas dele e prendendo a respiração quando seu sexo roçou a entrada do mais novo.
Fez efeito até a Yamada, embora tivesse a certeza de que teria preferido se matar do que lho mostrar nesse momento.
“Então?” perguntou, erguendo uma sobrancelha. “É isso que me querias mostrar? O missionário?” continuou, indiferente.
Daiki riu-se e acenou com a cabeça.
“Posso?” pediu, pressionado-se mais contra o corpo dele.
Ryosuke parecia dividido, e era compreensível; não estava mesmo do humor, nesse momento, porém Daiki tinha na mesma algo para demonstrar. Por fim o mais novo respirou fundo e acenou com a cabeça, levando os braços à volta do pescoço de Daiki e fechando os olhos enquanto entrava nele, devagar mas firmemente, até ficar completamente para dentro.
Apesar de tudo, Daiki sentia-se maravilhosamente; só precisava de fazer sentir Ryosuke na mesma maneira, e as experiências passadas diziam-lhe que isso – ao contrário de desafiar as leis do universo – podia ser feito.
“Olha-nos, Ryo.” disse-lhe, a voz rouca. Yamada abriu os olhos, encontrando o rosto de seu namorado em frente a seu. “Achas que o pequeno miúdo arrogante alguma vez consiga olhar para os olhos do Yuya quando estão assim?”
Yamada sorriu exasperado, compreendendo aonde queria ir com isso.
“Queria tomar uma direção sexy, mais do que romântica.” observou, incapaz de evitar o espasmo de seus quadris, que levou Daiki mais fundo e fez-o gemer.
“Não faz mal.” disse Arioka, sorrindo amorosamente. “Não pode, certo? Porque é demasiado baixo ou o Yuya é demasiado alto. Mas pessoalmente não me importo deles. Tudo o do que me importo é que sempre achei que ficamos bem juntos. Ao nível físico, parece que sejas feito para mim e eu para ti. Não é melhor do que fazer acrobacias na cama?”
A fome nos olhos de seu namorado, o modo como se apertou à sua volta, uma mão que lhe arranhava as costas, disse-lhe que acertou no sitio certo.
Daiki conhecia Ryosuke melhor do que o mais novo conhecia si mesmo; e sabia que, embora gostasse de parecer duro, isso era tudo o que precisava: ficar nessa cama, o mais velho nele, levando-o tal como estava e provando-lhe cada vez que era o lugar onde pertencia. Mais nada.
Então Daiki fez exatamente isso, e começou a mexer-se nele num ritmo desde o início rápido.
Deixou que a expressão no rosto de Yamada o conduzisse, e sentiu-se incrivelmente bem quando o viu inclinar a cabeça para trás enquanto gritava, agarrando-se a ele.
“Sou um idiota.” disse, ofegando. “Ninguém o pode dar tão bem contra uma parede. Apesar da força ou do equilíbrio.” gemeu ao fim da frase, enquanto Daiki levava uma mão à volta da ereção dele.
“Não é com classe dizer 'eu disse-te' num momento assim. Lembra-me de o fazer mais tarde.” escarneceu o mais novo, e logo se deixou ir, o ritmo dos quadris agora errático, enquanto tudo o que conseguia pensar era de fazer vir Yamada e logo atingir o limite nele.
Não teve de esperar muito tempo, sabia que iria ser assim; Ryosuke abriu os olhos, obrigando-se a fazê-lo, e olhou-o intensamente enquanto mordia forte os lábios e vinha-se entre seus corpos.
Até na ressaca do prazer, Daiki apercebeu-se, não voltou a fechar os olhos, e a ideia foi suficiente para o fazer prosseguir.
“Estou quase lá.” avisou-o, logo se baixou para lhe dar um beijo desordenado nos lábios, afastando-se quase imediatamente para continuar a vê-lo.
“Está bem.” disse Ryosuke, a voz desarticulada. “Vem-te em mim, Daiki.”
E, sempre pronto a satisfazê-lo, Daiki fez exatamente isso. Encontrou que fosse incrivelmente difícil e incrivelmente satisfatório manter os olhos abertos para ver Yamada enquanto se vinha, vaziando-se nele e continuando a empurrar-se para dentro, até se tornar demasiado e ter de parar.
Durante um momento, sentiu-se como incapaz de se mexer; continuaram a olhar-se, sorrindo cansados, até o mais velho se sentir bastante em controle para sair e colapsar ao lado dele, respirando pesadamente.
“Não era absolutamente o que tinha em mente.” disse Yamada depois de um tempo, ficando dum lado e mantendo a cabeça numa mão. Quando Daiki se virou para o ver, descobriu que sorria.
“Mas foi na mesma bom?” perguntou, mesmo conhecendo já a resposta.
Yamada riu-se, aproximando-se para o beijar.
“Muito mais do que bom.” murmurou contra os lábios dele. Logo suspirou, contente, e deixou-se ir no colchão. “Dai-chan, estava a pensar... importavas-te se esfregar na cara do Yuri o que o Yuya e ele têm demasiada diferença de altura para ficar bem juntos?”
Arioka fez uma careta, ficou sentado e olhou para ele.
“Podias.” disse, com cuidado. “Mas não é melhor manter isso para nós? Não é educado gabar-se.”
Tentara.
“Não me quero gabar. Só expressar um facto. É ele que se gaba sempre, o Yuya aqui e o Yuya ali, e o que fazem e quanto são sexy.” riu-se. “De qualquer forma, eu gosto mais de nós.”
Daiki riu-se e puxou-o mais perto para Ryosuke ficar acima dele.
“Estou contente disso.” disse, suavemente, logo fez uma careta. “Mas se o Yuya se aperceber de todo o assunto do se olhar nos olhos vir de mim, vou impedir-te oficialmente de falar com o Yuri. Para sempre.”
Yamada riu e acenou com a cabeça.
“Não te preocupes. Somos gente muito discreta, apesar de nossa guerra.”
Daiki não teria chamado discreto eviscerar as respetivas vidas sexuais, mas não disse nada.
No geral, considerava-se sortudo porque por algum tempo iriam ficar no lado vitorioso da guerra.